sábado, maio 17, 2008

VITA


madrugada em Colares - Maio de 2008, por João De

Suaves sucessões de sol transposto
Em asas de azevinho já esquecido
Transbordam as ideias de um olvido
Nas mãos de um vendaval que foi deposto

Não sopram não sorriem nem flutuam
Não compram nem darão a flor ao mundo
Em cegas correrias tecto ao fundo
Que as flores da figueira não amuam(!)

Quisessem tê-la feito em som algum
Quisessem poder tê-la por inteiro
Guardassem-na em alma de nenhum…

Pudessem eles vivê-la ah! pudessem
Em rosto de saudade um só canteiro
Quisessem só sonhá-la ah! quisessem…

João De

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Clarificações


Arrábida - Janeiro de 2008, por João De


Vem todo o meu inculto sobre ti
Passar essas vaidades que há no mundo
Não sei se sei que sei ou me confundo
Não sei se a vida é lá ou é aqui

A vida a que chamei a simples vida
Virou-se da virtude virtuosa
Chamou-me pela fama mais famosa
Fez-se Ter-me ela a mim em mim contida

Chamei-me opressor de sentimentos
Cuidei-me em ter o salmo dos lamentos
Pensei que tinha algo só em mente

Chamaram-me romântico um dia
Não sou um romântico. Só dizia:
Sou um ser, um alguém que apenas sente...


João De

domingo, janeiro 20, 2008

Estigma


por João De, Coimbra - Abril de 2007

Saúdo as sombras Inauditas!

Gargalhadas de topázio
Rebolaram

Encostei um dedo
ao cascalho

Sobrei, fiquei, desmenti

Em perenidade
Coloquei o Anel:


Pereci...

João De (Novembro de 2006)